O primeiro Laboratório de Comunicação Esportiva Aberje aconteceu no dia 18 de outubro, na sede da organização, e contou com a presença de destacados gestores dos setores esportivo e empresarial. O evento apoiado pela ArcelorMittal discutiu diversos temas importantes, incluindo os pilares ESG (Ambiental, Social e Governança) para trazer novas estratégias e acelerar revoluções.
O CEO da Vicar – Stock Car Brasil, Fernando Julianelli, esteve presente na ocasião; Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal Aços Planos América Latina, João Bosco Reis da Silva; o diretor executivo da Rede Tênis Brasil Raphael Ayres Barone e a CEO e fundadora da Textual Comunicação Carina Almeida como moderadora do debate.
Na inauguração do laboratório, o presidente da Aberje, Hamilton dos Santos, destacou que a empresa considera a arte, a cultura e o esporte excelentes plataformas de comunicação empresarial. “O esporte ganhou importância justamente pela agenda ESG, pois quando olhamos para o nosso cenário esportivo, vemos que as grandes marcas tendem a direcionar seus investimentos para grandes clubes e grandes estrelas. Porém, decidimos que olhar para projetos que incluam a formação, ou seja, olhar para a base onde nasce o desporto, pode ser muito interessante para as organizações porque podem criar elos importantes para estratégias ESG”, analisou.
Na ocasião, João Bosco Reis da Silva, da ArcelorMittal – líder mundial na produção de aço para a indústria automotiva – contou como foi criada a conexão entre a empresa e a Vicar, plataforma de negociação que promove o Stock Car Pro, para desenvolver uma abordagem mais carro moderno e sustentável. “Ambas as empresas compartilham valores comuns como sustentabilidade, segurança e tecnologia; Essa parceria está alinhada a um dos principais objetivos do grupo ArcelorMittal, que é pioneiro no setor ao estabelecer a meta de ser neutro em carbono até 2050”, enfatizou.
Segundo Silva, o objetivo era encontrar a melhor solução de aço inteligente para projetar um carro mais sustentável, seguro para os motoristas e que necessitasse de menos combustível. “É a primeira vez que aço de alta resistência é aplicado em um projeto da Stock Car, o que é uma experiência muito rica em diversos aspectos. Um deles foi a nossa capacidade de lidar com os jornalistas de forma real, uma grande oportunidade de trocar opiniões com as pessoas”, enfatizou.
Match
A conexão e a verdade entre patrocinador e patrocinador são pontos essenciais para uma parceria de sucesso. Quando ambas as partes compartilham valores e objetivos semelhantes, a parceria se torna mais honesta e convincente para o público. “Tem que ser verdade, o bom de ser legítimo e genuíno é quando você conecta os valores e o core da empresa, aí as coisas acontecem”, pontua Carina Almeida. “O patrocinador deve respeitar e compreender o universo ao qual está associado. Às vezes ele quer tanto mostrar que a relevância não está no patrocínio em si, mas sim no que a empresa agrega ao patrocinar”, enfatiza.
É o caso da Vicar, promotora da Stock Car – plataforma de negociação com doze eventos ao longo do ano – desde 2020, que passou por uma mudança de gestão. Atualmente possui mais de 200 marcas em seu ecossistema que interagem e comercializam através do automobilismo. Para se ter uma ideia, todos os anos ao somar todo o conteúdo gerado em seu ecossistema, mais de 10 mil postagens de mídia são agregadas em seu ambiente virtual. Todo esse alcance alcançou uma receita de mídia superior a R$1 bilhão em 2022.
Vale ressaltar que os patrocinadores não se limitam a empresas do mundo automotivo, mas também das áreas de tecnologia, telecomunicações, agronegócio, entre outras. “No caso da Arcelor, digo que é um caso menos óbvio e mais frio que o que temos. Nasceu da nossa necessidade de ter o melhor aço do mundo para fabricar a próxima geração de automóveis. Estamos investindo aproximadamente 85 milhões na produção desses novos carros mais seguros, leves e rápidos”, enfatiza Fernando Julianell, do Vigário.
Na ArcelorMittal, a área de comunicação coordena a gestão e a tomada de decisões de patrocínio esportivo em conjunto com as equipes de marketing e demais áreas da empresa. “Temos um grupo de trabalho de comunicação que inclui a parte de imagem, a área de negócios da empresa e juntos fazemos uma avaliação para verificar se está alinhado com os valores da empresa e decidir qual narrativa vamos trabalhar dentro e fora da empresa”, diz João Silva.
Efeito de transformação
Com 20 anos de história, a Rede Tênis Brasil surgiu com o nome de Instituto Tênis em 2002 e tinha como objetivo promover o tênis no país por meio da formação de novos atletas. Pelo meio, em 2014, a entidade percebeu que era preciso ir além e criar um programa básico, como explica Raphael Ayres Barone. “O tênis sofre de um problema crônico de acesso ao esporte. Poucas pessoas têm acesso e, portanto, as conotações do esporte de elite, e esse é o desafio que enfrentamos”, diz ele.
Ele afirma que 2019 foi marcado por uma atualização de gestão que começou com a contratação de especialistas de mercado. “Acreditamos numa gestão mais profissional do desporto, no relacionamento com as marcas e isso muda o patamar de qualquer desporto. Hoje aumentamos o número de marcas que passaram a apoiar o tênis”, enfatiza. “A principal missão da Rede Tênis Brasil é ser uma plataforma de transformação social por meio do esporte. “Quando você traz uma criança da comunidade para um esporte como o tênis, que ensina disciplina, respeito, verdade, solidariedade, ela e sua família passam realmente a ter uma dinâmica de vida diferente”, argumenta.
Para apoiar essa transformação, a entidade trabalha em um projeto de massificação, que Barone diz ser uma extensão do tênis no Brasil. “Vamos às escolas públicas e oferecemos aulas gratuitas para as crianças; com isso descobrimos talentos. Mas a regra não é ter 200 ‘Gugs’, a regra é dar oportunidades para que eles tenham melhores oportunidades na vida através do tênis, do investimento e da educação”, enfatiza.
Comunicação com emoções
Na visão de Carina da Textual, a comunicação esportiva é sobre emoções. “O que acontece na pista, na quadra ou na piscina muda tudo; É uma questão de competição, é uma questão de emoções. E é por isso que um dos maiores erros que os patrocinadores cometem é apostar todas as suas fichas na hora da competição. Se eu quero fazer uma conexão e quero contar histórias, é muito importante fazer essa conexão primeiro, você constrói a legitimidade de ser conhecido como patrocinador ao longo do ano”, ressalta.
Barone acredita que o esporte no Brasil ainda não é tão aproveitado quanto poderia, justamente pelo potencial que representa em comparação às marcas brasileiras. “Para os brasileiros o esporte é uma paixão, é esperança, é uma ferramenta de transformação e progresso. Estamos tentando mostrar às marcas que faz sentido investir no esporte”, enfatiza.
A primeira edição do Laboratório de Comunicação Esportiva Aberje, apoiado pela ArcelorMittal, pode ser assistida na íntegra no YouTube oficial da associação.